domingo, 25 de setembro de 2011

Didática no Ensino Superior

A formação de um educador como profissional na área acadêmica fica muito além de sua experiência prática e seus conhecimentos fora dela. É preciso de conhecimentos que criem uma interface entre o empirismo e a arte de como ensinar de forma científica. Neste contexto, a titularidade de um docente com vasta experiência não-acadêmica e com formação pedagógica e didática, tendo como pilares a arte e ciência da educação e do ensino, é de essencial importância para que a educação chegue aos educandos de forma correta e assimilativa. A didática do ensino é uma extraordinária técnica para o ensinamento dos educandos, pois mostra que saber ensinar não é somente ter experiência fora da sala de aula. Precisa saber como lhe dar com os alunos de forma científica, apresentando as técnicas corretas para o ensino-aprendizado correto. Ao explicar como a Didática do Ensino Superior pode ser eficaz na formação do educando, será apresentado seu conceito histórico e o reconhecimento pela importância do ensino ou da aprendizagem. Também, serão contrastadas as diferentes abordagens a cerca do processo de aprendizagem e os princípios da Pedagogia e da Andragogia, bem como os fatores que contribuem para eficácia da aprendizagem.
Embora o educador seja visto como o principal elemento do processo de aprendizagem, ele não tem por natureza o domínio total de fatores que estão relacionados aos estudantes, tais como suas particularidades pessoais, necessidades e interesses. Na maioria das circunstâncias, não detém capacidade de influenciar a políticas organizacionais e administrativas da escola. Entretanto, ele responde muito bem, ao conhecimento da disciplina que ministra, as habilidades para comunicação dos conteúdos, a maestria em relação ao uso de recursos instrucionais e ao clima estabelecido em sala de aula. Se não for responsável para tanto não será apto eticamente e nem digno de sua profissão de professor.
A preparação dos educadores para o ensino básico é oferecida em qualquer curso de disciplinas de cunho pedagógico. A palavra pedagogia refere-se somente à condução de crianças; cursos dessa natureza não seriam adequados para a preparação de professores universitários, cujos alunos, embora nem sempre sejam adultos, estão mais próximos dessa etapa da vida do que da infância. Por essa razão é que a partir do último quartel do século XX, graças ao aparecimento do livro the modern practice of adult education de Malcom Knowles (1970), começou a popularizar-se o termo andragogia para referir-se à arte e a ciência de orientar adultos a aprender.
A andragogia fundamenta-se nos seguintes princípios:
Conceito de aprendente. Este conceito é adotado como alternativa ao de “aluno” ou “formando”. O aprendente, ou aquele que aprende, é autodirigido, o que significa que a responsável pela sua aprendizagem e estabelece e delimita o seu percurso educacional.
Necessidade do conhecimento. Os adultos sabem melhor do que as crianças da necessidade de conhecimento. Eles se sentem muito mais responsáveis pela sua aprendizagem e pela delimitação de seu percurso educacional.
Motivação para aprender. O modelo andragógico leva em conta as motivações externas, como melhor trabalho e aumento salarial, mas também, valoriza, particularmente, as motivações internas relacionadas com sua própria vontade de crescimento, como auto-estima, reconhecimento, autoconfiança e atualização das potencialidades pessoais.
Papel da experiência. Os adultos entram num processo educativo com experiências bastante diversas e é a partir delas que eles se dispõem a participar ou não de algum programa educacional. Por isso, essas experiências devem ser aceitas como fonte de recursos a serem valorizados e partilhados, servindo base para a formação acadêmica. Os conhecimentos dos professores e os recursos institucionais, como os livros e as projeções, são fontes que por si só não garantem o interesse pela aprendizagem. Devem ser vistos como opções que são colocadas à disposição para livre escolha do aprendiz.
Prontidão para o aprendizado. O adulto tem uma orientação mais pragmática do que a da criança. O adulto está pronto para aprender o que decide aprender. Ele se torna disponível par aprender quando pretende melhorar seu desempenho em relação a determinado aspecto de sua vida. Sua seleção de aprendizagem é natural e realista; por isso, muitas vezes ele se nega a aprender o que os outros lhe impõem. Além disso, sua retenção tende a decrescer quando percebe que o conhecimento não pode ser aplicado imediatamente. Assim, convém organizar as experiências de aprendizagem de acordo com as unidades temáticas que tenham sentido e sejam adequadas às tarefas que os adultos são solicitados a realizar nos seus diversos contextos de vida.
Dessa forma, uma educação no contexto andragógico requer elaboração de diagnósticos de necessidades e interesses dos estudantes; definição de objetivos e planejamento das tarefas com a participação dos estudantes; estabelecimento de um clima cooperativo, informal e de suporte a aprendizagem; seleção de conteúdos significativos para os estudantes; definição de contratos e projetos de aprendizagem; aprendizagem orientada para tarefas ou centrada em problemas; uso de projetos de investigação, estudo independente e técnicas vivenciais; valorização da discussão e da solução de problemas em grupo; utilização de procedimentos de avaliação diretamente relacionados à aprendizagem.
Embora a adoção do conceito de Andragogia não seja consensual, pode-se afirmar que a prática docente do professor universitário pode ser significativamente melhorada com a adoção de seus princípios.
Para garantir um aprendizado eficaz alguns fatores entram em confronto para que os discentes se capacitem e tentam compreender fatos e teorias, desenvolvendo habilidades para resolução de problemas mais complexos. Há três fontes individuais que influenciam de aprendizagem: o estudante, o professor e o curso. Essas fontes, no entanto, relacionam entre si algumas variáveis. As relacionadas aos alunos referem-se as suas aptidões, aos seus hábitos de estudo e a sua motivação. As variáveis relacionadas aos professores referem-se principalmente aos conhecimentos relativos à matéria a suas habilidades pedagógicas, a sua motivação e sua percepção a cerca da educação. As variáveis relacionadas ao curso, por fim, referem-se aos objetivos propostos e aos métodos utilizados para melhor alcançá-los.
As habilidades, motivações e hábitos de alunos em relação aos estudos, não são, suficientemente, os sucessos da melhor aprendizagem. Cabe, portanto, considerar o papel do professor nesse processo.
O que mais se considera importante é o conhecimento de que professor dispõe, em relação à matéria que ensina. Nesse sentido, o educador que conhece bem os conteúdos da disciplina que ministra, demonstra muito mais segurança ao ensinar, expõe com maior propriedade e é capaz de responder sem maiores dificuldades as perguntas formuladas pelos alunos. No entanto, há outros fatores a serem considerados, já que alguns professores mostram ser mais competentes que outros para manter os alunos atentos, para explanar conceitos complexos e para criar uma ambiente agradável em sala de aula. Assim, pode ser considerado que a efetiva prática do professor universitário está envolvida nos conhecimentos específicos relacionados à matéria, as suas habilidades pedagógicas e à sua motivação.
No que se concerne às habilidades pedagógicas do professor universitário, a respeito do nível de ensino, não têm sido devidamente considerado ao longo da história. Tanto dos professores de ensino fundamental quanto do ensino médio, há muito tempo se exige formação específica quer por meio de curso normal - hoje em nível superior - quer de licenciaturas específicas.
Nesses cursos, mediante disciplinas como Didática, Metodologia do Ensino, Psicologia da Aprendizagem, e a Prática de Ensino, os professores podem desenvolver as habilidades necessárias para o desempenho de suas atribuições de educador. Dos professores universitários exige-se hoje, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases, formação em nível de pós-graduação, prioritariamente em programa de mestrado e doutorado. Ocorre, porém, que a maioria desses programas não contempla seus concluintes com disciplina de caráter didático-pedagógico. Dessa forma, o desenvolvimento de habilidades pedagógicas dos professores universitários costuma se dar por meio de cursos específicos ou de leituras desenvolvidas individualmente. Muitos professores também conseguem, por meio da intuição e experiência, obter altos níveis de capacitação pedagógica. Outros, no entanto, tendem a permanecer carentes de habilidades pedagógicas ao longo de toda sua vida acadêmica.
O aprendizado dos alunos também tema haver com a motivação do professor. Quando o professor está motivado para ensinar e demonstrar seu entusiasmo com a matéria, cria-se um clima muito mais favorável para a aprendizagem. E convém considerar que essa motivação depende muito menos do salário e das condições de ensino do que do quão responsável o professor se sente pelo aprendizado dos alunos e quão realizadora e desafiadora é a sua missão.

Perfil do Tutor de Ensino á distância

          O perfil de tutor desejável para um programa de EAD: Atribuições e  atividades de rotinas do tutor online. 
Na modalidade de EAD o tutor tem um papel fundamental. É um profissional com a função de acompanhamento no processo ensino-aprendizagem e responsável pela aproximação, articulação entre os alunos, sendo responsável pela avaliação do cursista nas praticas curriculares. Percebemos, pelo histórico da educação acima sintetizado que a EAD é um sistema de ensino implementado de modo a adequar a educação aos novos tempos, e que foi e está sendo desenvolvido a partir de um repensar sobre os objetivos da educação nestes novos tempos. Assim como foi repensado o papel da educação, o tutor online deve repensar que sua prática baseada nos princípios burocráticos não condiz com o momento atual e deve buscar uma atuação gerencial flexível sendo facilitador na formação de alunos participativos de todo processo de trabalho, compartilhando ou delegando a liderança com os seus alunos, fomentando a reflexão e o debate dos problemas do cotidiano.
O domínio da informática é pressuposto básico para a atuação como tutor online,assim como a  formação acadêmica que permita-lhe questionar os métodos e práticas educacionais tradicionais para que seja capaz de utilizar os recursos tecnológicos à sua disposição, como recursos auxiliares no processo ensino-aprendizagem, “como catalisadores de uma mudança do paradigma educacional. Um paradigma que promova a aprendizagem ao invés do ensino, que coloque no centro do processo o aprendiz (...) passando de uma prática fundamentada no paradigma instrucionista para o construcionista” (Vieira, s.d. p.30)

Os tutores exercem importante função no processo de formação à distância e deverão exercer o papel de facilitadores do processo ensino-aprendizagem, sendo referencia fundamental para os alunos, prestando-lhes apoio individual e coletivo.
Em relação à aprendizagem, o tutor deverá propiciar um ambiente favorável, sempre buscando atender aos interesses e necessidades dos alunos; acompanhando o desenvolvimento de seus conhecimentos, orientar para a utilização das várias ferramentas de comunicação, tais como fórum, chat, etc.
                      Na tutoria individual deverá oferecer aos alunos suporte individual, em encontros pessoais ou a distância via internet, fax, correio tradicional ou eletrônico, telefone, etc. Atendendo a um número limitado de cursistas, deve dar-lhes o apoio necessário para atingir seus objetivos de aprendizagem. A finalidade da tutoria coletiva é oferecer ambiente para o contato direto entre cursistas-cursistas e cursistas-tutor, visando o enriquecimento das experiências. Estes serão momentos de interação e socialização de dificuldades e avanços, onde deverão ser privilegiados a troca de experiências, o acompanhamento e a avaliação das atividades realizadas, como também o desenvolvimento de novas orientações para a continuidade dos estudos.
                   O perfil de tutor desejável para um programa de EAD aproxima-se mais da concepção de um profissional que facilita a construção de significados por parte dos alunos nas suas interpretações de mundo. Profissional que seria melhor denominado como facilitador pedagógico. Para assumir o papel de facilitador pedagógico o tutor deverá possuir base teórica consistente, clara concepção dos objetivos da aprendizagem e da metodologia a ser utilizada. Deverá ainda promover a comunicação entre os alunos e grupos de alunos e o intercâmbio de experiências.
O papel do tutor online é fundamental para o desenvolvimento e acompanhamento do processo da Educação a distância, tanto quanto ao desenvolvimento como com relação ao acompanhamento, quando o mesmo deverá desenvolver atividades como anotação do andamento do processo, registrar as dificuldades e progressos dos cursistas, estratégias e conceitos empregados, assim como de socializador dos passos empreendidos pelos alunos, fomentador da interação e provocador de situações problemas.

Em sua pratica o tutor, enquanto facilitador pedagógico, poderá desempenhar rotineiramente, como indica Rezende (2000), entre outras atividades, as de:
  • encorajar os alunos a buscarem outros pontos de vista e a desejarem aprender e entender;
  • propiciar a análise de experiências significativas e a sua reflexão crítica;
  • promover a comunicação entre os alunos e grupos de alunos e o intercâmbio de experiências.
No entanto, uma das mais importantes atribuições rotineiras do tutor online talvez seja a de humanizador do processo ensino-aprendizagem, o que vai requerer dele o desenvolvimento de uma consciência de fraternidade, de solidariedade e a compreensão de que a evolução das pessoas é individual e, ao mesmo tempo coletiva.
Para tudo isso, o tutor online vai contar com as ferramentas de interatividade, representadas basicamente pelas Tecnologias da Informação e Comunicação.Existe hoje uma grande variedade de ferramentas de ensino à distância à disposição do educador, especialmente quando este faz uso de tecnologia atual como a Internet. O ensino à distância via Internet têm o potencial de por a força da rede mundial a serviço da educação, seja no ensino fundamental, no ensino médio ou na graduação e o tutor online, enquanto facilitador do processo ensino-aprendizagem, deve estar atento às potencialidades e limitações dos recursos tecnológicos auxiliares para a EAD, procurando utiliza-los para instigar o aluno a procurar solução de um problema ou de situações problema, conscientizando-se de que se eles forem utilizados coletivamente poderá significar a possibilidade de interatividade.

sábado, 17 de setembro de 2011

Ética


         É inerente a todas as profissões o compromisso, o engajamento, o comprometimento. Esta não é uma regra, mas assume-se que todas as pessoas devam tentar levá-la adiante, levando-se em conta que cada um de nós atue profissionalmente de forma ética, em benefício dos empreendimentos nos quais estamos envolvidos. Isto significa respeito tanto por quem nos contrata e remunera quanto pelas pessoas que atendemos e a quem direta ou indiretamente prestamos serviços.
         Tal razão, tão simples e objetiva, deve nortear nossas ações em qualquer circunstância, exceto, é óbvio, naquelas em que há coação, coerção ou violência de qualquer natureza a forçar-nos no trabalho, na ação profissional.
         Ao assumir compromissos profissionais e assinar contratos de trabalho, não apenas nos comprometemos com nossos chefes e patrões ou com nossos clientes, pacientes ou alunos, temos a partir de então um compromisso muito maior com cada um de nós mesmos. Nossos nomes passam a ser avaliados e percebidos no âmbito profissional e também pessoal a partir das ações que realizamos, da conduta que temos, dos relacionamentos que fomentamos, dos resultados que somos capazes de obter...
     Nós educadores, como nas demais áreas de atuação profissional, temos direitos e deveres como parte do caminho que devemos trilhar. É justo e necessário que conheçamos e possamos utilizar de nossos direitos quando assim for necessário, nunca em demasia, jamais ultrapassando os limites éticos que sabemos presentes em nossa profissão.
     A virtude ética diz respeito ao caráter. Assim, à medida que cresce o hábito de praticar ações boas, o caráter da pessoa torna_las. São os líderes. É  importante e, até mesmo, necessária, para amalgamar vontades e conseguir que se alcancem metas comuns.
         Para que a liderança se exerça com ética, é preciso conhecer bem as pessoas a serem lideradas, saber onde se quer chegar, de que modo, com que fins e objetivos. Seguro de que tudo isso é bom, certo e correto, resta ainda uma atitude que exige extremada prudência: a intervenção quando conveniente. Jamais podemos esquecer que o  líder ético faz que seus seguidores o sigam com liberdade e bom senso, e não por medo.
     Nas relações pessoais, e nos compromissos a ética deve ser parâmetro para consolidar liderança, e quando é esquecida as relações são rompidas dando lugar ao assédio moral.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Professores apaixonados


                Professores Apaixonados - por Gabriel Perissé

Professores e professoras apaixonados acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa que podem mover o mundo. Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.

As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos. Não há pretexto que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato. Apaixonar-se sai caro!

Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.

Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.

Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, contando no calendário os próximos feriados.

Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, dos desrespeitos, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.

Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro. Ter fé impede que o medo esmague  amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.

Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração. Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e nada mais.

Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar os esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.

Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar. A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.

sábado, 25 de junho de 2011

Mudanças na gestão escolar

A gestão escolar atualmente assume um desafio de envolver a participação crítica e reflexiva das pessoas para um trabalho coletivo, nas tomadas de decisões e no planejamento de suas ações. Rompendo com paradigmas da centralização de poder e de um sistema tradicional de ensino que durante muito tempo fez parte da história de nossa educação. Nessa nova conjuntura a gestão escolar precisa acompanhar as mudanças e a evolução da educação, promovendo qualidade do ensino por meio de ações coletivas, pois todos os membros da equipe escolar deverão estar envolvidos com as práticas de gestão cada qual dentro das suas competências profissionais.

Os elementos materiais e conceituais não cumprem sua função no processo se não estiverem associados ao esforço humano coletivo; da mesma forma; o esforço humano coletivo necessita dos elementos materiais e conceituais para ser aplicado racionalmente. (PARO,1988,p.24)

Segundo Paro além do esforço humano coletivo também necessita de elementos materiais, é com está visão de mudança, que o gestor precisa buscar parceiros, pois hoje são inúmeros os exemplos de parcerias já existentes no contexto nacional entre organizações-não-governamentais e empresas, com a escola em prol da educação, para o desenvolvimento da sociedade. É um grande desafio para os gestores escolares, por exigir deles novas atenções, conhecimentos e habilidades. São demandas de mudanças urgentes na escola, a fim da garantia de formação de seus alunos para que sejam capazes de enfrentar de forma consciente seu papel cidadão, sempre com uma visão crítica aos problemas cada vez mais complexo da nossa sociedade.
Em virtude dessas novas exigências, requer mais esforços na organização do trabalho dos gestores dentro das seguintes áreas de sua atuação, destacam-se:
• Prestar assistência pedagógica aos professores para se chegar a um de ensino de qualidade, de modo que a escola seja um lugar de formação continuada dos professores.
• Coordenar a construção e acompanhar o projeto pedagógico curricular da escola.
• Promover a democracia-participativa dos profissionais, coordenando o trabalho coletivo do grupo e assegurando um clima de harmonia no trabalho.
• Criar condições para integrar os alunos na vida escola com atividades prazerosas que estimulem a socialização dos alunos de forma associativa.
• Estabelecer um relacionamento de confiança e parceria entre a escola com os pais e a comunidade.

A utilização racional dos recursos coloca o problema da competência técnica no interior da escola, Parece não haver dúvida de que ,para um razoável desempenho do pessoal ,em especial do corpo docente ,faz-se necessário a posse de um conjunto de conhecimento ,técnicas e habilidades em níveis e padrão que possibilitem o oferecimento de um ensino de boa qualidade a um número maior de alunos. Com igual razão, as pessoas envolvidas na administração da escola deverão exibir uma competência técnica que deve dizer respeito tanto ao conhecimento da coisa administrada, ou seja, aos aspectos mais propriamente pedagógicos, quanto aos processos, métodos e técnicas relacionadas à atividade administrativa. (PARO, p159 e 163).
É com essa perspectiva que a gestão democrática da educação formal está associada a mecanismos legais e institucionais e na organização de ações que desencadeiam a participação social: na formulação de políticas educacionais; no planejamento; nas tomadas de decisões; e na avaliação da escola permitindo o acesso a uma democracia que garanta a universalização do ensino.
A democracia na gestão é hoje uma necessidade nas instituições de ensino, pois ela pode proporcionar uma eficácia na qualidade da educação, sobretudo se faz necessário o comprometimento do trabalho coletivo para o êxito dessa administração no âmbito escolar, por tanto, a conjunção entre instrumentos formais – eleição de direção, conselho escolar, como também a descentralização do poder e a participação que conferem a cada escola, a suas articulações nas suas políticas educacionais.

MUDANÇAS NA GESTÃO ESCOLAR publicado 15/05/2011 por Jacqueline Andrade