domingo, 25 de setembro de 2011

Didática no Ensino Superior

A formação de um educador como profissional na área acadêmica fica muito além de sua experiência prática e seus conhecimentos fora dela. É preciso de conhecimentos que criem uma interface entre o empirismo e a arte de como ensinar de forma científica. Neste contexto, a titularidade de um docente com vasta experiência não-acadêmica e com formação pedagógica e didática, tendo como pilares a arte e ciência da educação e do ensino, é de essencial importância para que a educação chegue aos educandos de forma correta e assimilativa. A didática do ensino é uma extraordinária técnica para o ensinamento dos educandos, pois mostra que saber ensinar não é somente ter experiência fora da sala de aula. Precisa saber como lhe dar com os alunos de forma científica, apresentando as técnicas corretas para o ensino-aprendizado correto. Ao explicar como a Didática do Ensino Superior pode ser eficaz na formação do educando, será apresentado seu conceito histórico e o reconhecimento pela importância do ensino ou da aprendizagem. Também, serão contrastadas as diferentes abordagens a cerca do processo de aprendizagem e os princípios da Pedagogia e da Andragogia, bem como os fatores que contribuem para eficácia da aprendizagem.
Embora o educador seja visto como o principal elemento do processo de aprendizagem, ele não tem por natureza o domínio total de fatores que estão relacionados aos estudantes, tais como suas particularidades pessoais, necessidades e interesses. Na maioria das circunstâncias, não detém capacidade de influenciar a políticas organizacionais e administrativas da escola. Entretanto, ele responde muito bem, ao conhecimento da disciplina que ministra, as habilidades para comunicação dos conteúdos, a maestria em relação ao uso de recursos instrucionais e ao clima estabelecido em sala de aula. Se não for responsável para tanto não será apto eticamente e nem digno de sua profissão de professor.
A preparação dos educadores para o ensino básico é oferecida em qualquer curso de disciplinas de cunho pedagógico. A palavra pedagogia refere-se somente à condução de crianças; cursos dessa natureza não seriam adequados para a preparação de professores universitários, cujos alunos, embora nem sempre sejam adultos, estão mais próximos dessa etapa da vida do que da infância. Por essa razão é que a partir do último quartel do século XX, graças ao aparecimento do livro the modern practice of adult education de Malcom Knowles (1970), começou a popularizar-se o termo andragogia para referir-se à arte e a ciência de orientar adultos a aprender.
A andragogia fundamenta-se nos seguintes princípios:
Conceito de aprendente. Este conceito é adotado como alternativa ao de “aluno” ou “formando”. O aprendente, ou aquele que aprende, é autodirigido, o que significa que a responsável pela sua aprendizagem e estabelece e delimita o seu percurso educacional.
Necessidade do conhecimento. Os adultos sabem melhor do que as crianças da necessidade de conhecimento. Eles se sentem muito mais responsáveis pela sua aprendizagem e pela delimitação de seu percurso educacional.
Motivação para aprender. O modelo andragógico leva em conta as motivações externas, como melhor trabalho e aumento salarial, mas também, valoriza, particularmente, as motivações internas relacionadas com sua própria vontade de crescimento, como auto-estima, reconhecimento, autoconfiança e atualização das potencialidades pessoais.
Papel da experiência. Os adultos entram num processo educativo com experiências bastante diversas e é a partir delas que eles se dispõem a participar ou não de algum programa educacional. Por isso, essas experiências devem ser aceitas como fonte de recursos a serem valorizados e partilhados, servindo base para a formação acadêmica. Os conhecimentos dos professores e os recursos institucionais, como os livros e as projeções, são fontes que por si só não garantem o interesse pela aprendizagem. Devem ser vistos como opções que são colocadas à disposição para livre escolha do aprendiz.
Prontidão para o aprendizado. O adulto tem uma orientação mais pragmática do que a da criança. O adulto está pronto para aprender o que decide aprender. Ele se torna disponível par aprender quando pretende melhorar seu desempenho em relação a determinado aspecto de sua vida. Sua seleção de aprendizagem é natural e realista; por isso, muitas vezes ele se nega a aprender o que os outros lhe impõem. Além disso, sua retenção tende a decrescer quando percebe que o conhecimento não pode ser aplicado imediatamente. Assim, convém organizar as experiências de aprendizagem de acordo com as unidades temáticas que tenham sentido e sejam adequadas às tarefas que os adultos são solicitados a realizar nos seus diversos contextos de vida.
Dessa forma, uma educação no contexto andragógico requer elaboração de diagnósticos de necessidades e interesses dos estudantes; definição de objetivos e planejamento das tarefas com a participação dos estudantes; estabelecimento de um clima cooperativo, informal e de suporte a aprendizagem; seleção de conteúdos significativos para os estudantes; definição de contratos e projetos de aprendizagem; aprendizagem orientada para tarefas ou centrada em problemas; uso de projetos de investigação, estudo independente e técnicas vivenciais; valorização da discussão e da solução de problemas em grupo; utilização de procedimentos de avaliação diretamente relacionados à aprendizagem.
Embora a adoção do conceito de Andragogia não seja consensual, pode-se afirmar que a prática docente do professor universitário pode ser significativamente melhorada com a adoção de seus princípios.
Para garantir um aprendizado eficaz alguns fatores entram em confronto para que os discentes se capacitem e tentam compreender fatos e teorias, desenvolvendo habilidades para resolução de problemas mais complexos. Há três fontes individuais que influenciam de aprendizagem: o estudante, o professor e o curso. Essas fontes, no entanto, relacionam entre si algumas variáveis. As relacionadas aos alunos referem-se as suas aptidões, aos seus hábitos de estudo e a sua motivação. As variáveis relacionadas aos professores referem-se principalmente aos conhecimentos relativos à matéria a suas habilidades pedagógicas, a sua motivação e sua percepção a cerca da educação. As variáveis relacionadas ao curso, por fim, referem-se aos objetivos propostos e aos métodos utilizados para melhor alcançá-los.
As habilidades, motivações e hábitos de alunos em relação aos estudos, não são, suficientemente, os sucessos da melhor aprendizagem. Cabe, portanto, considerar o papel do professor nesse processo.
O que mais se considera importante é o conhecimento de que professor dispõe, em relação à matéria que ensina. Nesse sentido, o educador que conhece bem os conteúdos da disciplina que ministra, demonstra muito mais segurança ao ensinar, expõe com maior propriedade e é capaz de responder sem maiores dificuldades as perguntas formuladas pelos alunos. No entanto, há outros fatores a serem considerados, já que alguns professores mostram ser mais competentes que outros para manter os alunos atentos, para explanar conceitos complexos e para criar uma ambiente agradável em sala de aula. Assim, pode ser considerado que a efetiva prática do professor universitário está envolvida nos conhecimentos específicos relacionados à matéria, as suas habilidades pedagógicas e à sua motivação.
No que se concerne às habilidades pedagógicas do professor universitário, a respeito do nível de ensino, não têm sido devidamente considerado ao longo da história. Tanto dos professores de ensino fundamental quanto do ensino médio, há muito tempo se exige formação específica quer por meio de curso normal - hoje em nível superior - quer de licenciaturas específicas.
Nesses cursos, mediante disciplinas como Didática, Metodologia do Ensino, Psicologia da Aprendizagem, e a Prática de Ensino, os professores podem desenvolver as habilidades necessárias para o desempenho de suas atribuições de educador. Dos professores universitários exige-se hoje, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases, formação em nível de pós-graduação, prioritariamente em programa de mestrado e doutorado. Ocorre, porém, que a maioria desses programas não contempla seus concluintes com disciplina de caráter didático-pedagógico. Dessa forma, o desenvolvimento de habilidades pedagógicas dos professores universitários costuma se dar por meio de cursos específicos ou de leituras desenvolvidas individualmente. Muitos professores também conseguem, por meio da intuição e experiência, obter altos níveis de capacitação pedagógica. Outros, no entanto, tendem a permanecer carentes de habilidades pedagógicas ao longo de toda sua vida acadêmica.
O aprendizado dos alunos também tema haver com a motivação do professor. Quando o professor está motivado para ensinar e demonstrar seu entusiasmo com a matéria, cria-se um clima muito mais favorável para a aprendizagem. E convém considerar que essa motivação depende muito menos do salário e das condições de ensino do que do quão responsável o professor se sente pelo aprendizado dos alunos e quão realizadora e desafiadora é a sua missão.

Perfil do Tutor de Ensino á distância

          O perfil de tutor desejável para um programa de EAD: Atribuições e  atividades de rotinas do tutor online. 
Na modalidade de EAD o tutor tem um papel fundamental. É um profissional com a função de acompanhamento no processo ensino-aprendizagem e responsável pela aproximação, articulação entre os alunos, sendo responsável pela avaliação do cursista nas praticas curriculares. Percebemos, pelo histórico da educação acima sintetizado que a EAD é um sistema de ensino implementado de modo a adequar a educação aos novos tempos, e que foi e está sendo desenvolvido a partir de um repensar sobre os objetivos da educação nestes novos tempos. Assim como foi repensado o papel da educação, o tutor online deve repensar que sua prática baseada nos princípios burocráticos não condiz com o momento atual e deve buscar uma atuação gerencial flexível sendo facilitador na formação de alunos participativos de todo processo de trabalho, compartilhando ou delegando a liderança com os seus alunos, fomentando a reflexão e o debate dos problemas do cotidiano.
O domínio da informática é pressuposto básico para a atuação como tutor online,assim como a  formação acadêmica que permita-lhe questionar os métodos e práticas educacionais tradicionais para que seja capaz de utilizar os recursos tecnológicos à sua disposição, como recursos auxiliares no processo ensino-aprendizagem, “como catalisadores de uma mudança do paradigma educacional. Um paradigma que promova a aprendizagem ao invés do ensino, que coloque no centro do processo o aprendiz (...) passando de uma prática fundamentada no paradigma instrucionista para o construcionista” (Vieira, s.d. p.30)

Os tutores exercem importante função no processo de formação à distância e deverão exercer o papel de facilitadores do processo ensino-aprendizagem, sendo referencia fundamental para os alunos, prestando-lhes apoio individual e coletivo.
Em relação à aprendizagem, o tutor deverá propiciar um ambiente favorável, sempre buscando atender aos interesses e necessidades dos alunos; acompanhando o desenvolvimento de seus conhecimentos, orientar para a utilização das várias ferramentas de comunicação, tais como fórum, chat, etc.
                      Na tutoria individual deverá oferecer aos alunos suporte individual, em encontros pessoais ou a distância via internet, fax, correio tradicional ou eletrônico, telefone, etc. Atendendo a um número limitado de cursistas, deve dar-lhes o apoio necessário para atingir seus objetivos de aprendizagem. A finalidade da tutoria coletiva é oferecer ambiente para o contato direto entre cursistas-cursistas e cursistas-tutor, visando o enriquecimento das experiências. Estes serão momentos de interação e socialização de dificuldades e avanços, onde deverão ser privilegiados a troca de experiências, o acompanhamento e a avaliação das atividades realizadas, como também o desenvolvimento de novas orientações para a continuidade dos estudos.
                   O perfil de tutor desejável para um programa de EAD aproxima-se mais da concepção de um profissional que facilita a construção de significados por parte dos alunos nas suas interpretações de mundo. Profissional que seria melhor denominado como facilitador pedagógico. Para assumir o papel de facilitador pedagógico o tutor deverá possuir base teórica consistente, clara concepção dos objetivos da aprendizagem e da metodologia a ser utilizada. Deverá ainda promover a comunicação entre os alunos e grupos de alunos e o intercâmbio de experiências.
O papel do tutor online é fundamental para o desenvolvimento e acompanhamento do processo da Educação a distância, tanto quanto ao desenvolvimento como com relação ao acompanhamento, quando o mesmo deverá desenvolver atividades como anotação do andamento do processo, registrar as dificuldades e progressos dos cursistas, estratégias e conceitos empregados, assim como de socializador dos passos empreendidos pelos alunos, fomentador da interação e provocador de situações problemas.

Em sua pratica o tutor, enquanto facilitador pedagógico, poderá desempenhar rotineiramente, como indica Rezende (2000), entre outras atividades, as de:
  • encorajar os alunos a buscarem outros pontos de vista e a desejarem aprender e entender;
  • propiciar a análise de experiências significativas e a sua reflexão crítica;
  • promover a comunicação entre os alunos e grupos de alunos e o intercâmbio de experiências.
No entanto, uma das mais importantes atribuições rotineiras do tutor online talvez seja a de humanizador do processo ensino-aprendizagem, o que vai requerer dele o desenvolvimento de uma consciência de fraternidade, de solidariedade e a compreensão de que a evolução das pessoas é individual e, ao mesmo tempo coletiva.
Para tudo isso, o tutor online vai contar com as ferramentas de interatividade, representadas basicamente pelas Tecnologias da Informação e Comunicação.Existe hoje uma grande variedade de ferramentas de ensino à distância à disposição do educador, especialmente quando este faz uso de tecnologia atual como a Internet. O ensino à distância via Internet têm o potencial de por a força da rede mundial a serviço da educação, seja no ensino fundamental, no ensino médio ou na graduação e o tutor online, enquanto facilitador do processo ensino-aprendizagem, deve estar atento às potencialidades e limitações dos recursos tecnológicos auxiliares para a EAD, procurando utiliza-los para instigar o aluno a procurar solução de um problema ou de situações problema, conscientizando-se de que se eles forem utilizados coletivamente poderá significar a possibilidade de interatividade.

sábado, 17 de setembro de 2011

Ética


         É inerente a todas as profissões o compromisso, o engajamento, o comprometimento. Esta não é uma regra, mas assume-se que todas as pessoas devam tentar levá-la adiante, levando-se em conta que cada um de nós atue profissionalmente de forma ética, em benefício dos empreendimentos nos quais estamos envolvidos. Isto significa respeito tanto por quem nos contrata e remunera quanto pelas pessoas que atendemos e a quem direta ou indiretamente prestamos serviços.
         Tal razão, tão simples e objetiva, deve nortear nossas ações em qualquer circunstância, exceto, é óbvio, naquelas em que há coação, coerção ou violência de qualquer natureza a forçar-nos no trabalho, na ação profissional.
         Ao assumir compromissos profissionais e assinar contratos de trabalho, não apenas nos comprometemos com nossos chefes e patrões ou com nossos clientes, pacientes ou alunos, temos a partir de então um compromisso muito maior com cada um de nós mesmos. Nossos nomes passam a ser avaliados e percebidos no âmbito profissional e também pessoal a partir das ações que realizamos, da conduta que temos, dos relacionamentos que fomentamos, dos resultados que somos capazes de obter...
     Nós educadores, como nas demais áreas de atuação profissional, temos direitos e deveres como parte do caminho que devemos trilhar. É justo e necessário que conheçamos e possamos utilizar de nossos direitos quando assim for necessário, nunca em demasia, jamais ultrapassando os limites éticos que sabemos presentes em nossa profissão.
     A virtude ética diz respeito ao caráter. Assim, à medida que cresce o hábito de praticar ações boas, o caráter da pessoa torna_las. São os líderes. É  importante e, até mesmo, necessária, para amalgamar vontades e conseguir que se alcancem metas comuns.
         Para que a liderança se exerça com ética, é preciso conhecer bem as pessoas a serem lideradas, saber onde se quer chegar, de que modo, com que fins e objetivos. Seguro de que tudo isso é bom, certo e correto, resta ainda uma atitude que exige extremada prudência: a intervenção quando conveniente. Jamais podemos esquecer que o  líder ético faz que seus seguidores o sigam com liberdade e bom senso, e não por medo.
     Nas relações pessoais, e nos compromissos a ética deve ser parâmetro para consolidar liderança, e quando é esquecida as relações são rompidas dando lugar ao assédio moral.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Professores apaixonados


                Professores Apaixonados - por Gabriel Perissé

Professores e professoras apaixonados acordam cedo e dormem tarde, movidos pela idéia fixa que podem mover o mundo. Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar: estão preocupados com as múltiplas fomes que, de múltiplas formas, debilitam as inteligências.

As professoras apaixonadas descobriram que há homens no magistério igualmente apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos. Não há pretexto que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato. Apaixonar-se sai caro!

Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam o silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria.

Se estão apaixonados, e estão, fazem da sala de aula um espaço de cânticos, de ênfases, de sínteses que demonstram, pela via do contraste, o absurdo que é viver sem paixão, ensinar sem paixão.

Dá pena, dá compaixão ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, contando no calendário os próximos feriados.

Os professores apaixonados muito bem sabem das dificuldades, dos desrespeitos, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o professor apaixonado não deixa de professar, e seu protesto é continuar amando apaixonadamente.

Continuar amando é não perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café ralo, não foge pelo ralo, não se apaga como um traço de giz no quadro. Ter fé impede que o medo esmague  amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança.

Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor não está com nada, ensinar é uma forma de oração. Não essa oração chacoalhar de palavras sem sentido, com voz melosa ou ríspida. Mera oração subordinada, e nada mais.

Os professores apaixonados querem tudo. Querem multiplicar o tempo, somar os esforços, dividir os problemas para solucioná-los. Querem analisar a química da realidade. Querem traçar o mapa de inusitados tesouros.

Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar. A paixão é inexplicável, bem sei. Mas é também indisfarçável.

sábado, 25 de junho de 2011

Mudanças na gestão escolar

A gestão escolar atualmente assume um desafio de envolver a participação crítica e reflexiva das pessoas para um trabalho coletivo, nas tomadas de decisões e no planejamento de suas ações. Rompendo com paradigmas da centralização de poder e de um sistema tradicional de ensino que durante muito tempo fez parte da história de nossa educação. Nessa nova conjuntura a gestão escolar precisa acompanhar as mudanças e a evolução da educação, promovendo qualidade do ensino por meio de ações coletivas, pois todos os membros da equipe escolar deverão estar envolvidos com as práticas de gestão cada qual dentro das suas competências profissionais.

Os elementos materiais e conceituais não cumprem sua função no processo se não estiverem associados ao esforço humano coletivo; da mesma forma; o esforço humano coletivo necessita dos elementos materiais e conceituais para ser aplicado racionalmente. (PARO,1988,p.24)

Segundo Paro além do esforço humano coletivo também necessita de elementos materiais, é com está visão de mudança, que o gestor precisa buscar parceiros, pois hoje são inúmeros os exemplos de parcerias já existentes no contexto nacional entre organizações-não-governamentais e empresas, com a escola em prol da educação, para o desenvolvimento da sociedade. É um grande desafio para os gestores escolares, por exigir deles novas atenções, conhecimentos e habilidades. São demandas de mudanças urgentes na escola, a fim da garantia de formação de seus alunos para que sejam capazes de enfrentar de forma consciente seu papel cidadão, sempre com uma visão crítica aos problemas cada vez mais complexo da nossa sociedade.
Em virtude dessas novas exigências, requer mais esforços na organização do trabalho dos gestores dentro das seguintes áreas de sua atuação, destacam-se:
• Prestar assistência pedagógica aos professores para se chegar a um de ensino de qualidade, de modo que a escola seja um lugar de formação continuada dos professores.
• Coordenar a construção e acompanhar o projeto pedagógico curricular da escola.
• Promover a democracia-participativa dos profissionais, coordenando o trabalho coletivo do grupo e assegurando um clima de harmonia no trabalho.
• Criar condições para integrar os alunos na vida escola com atividades prazerosas que estimulem a socialização dos alunos de forma associativa.
• Estabelecer um relacionamento de confiança e parceria entre a escola com os pais e a comunidade.

A utilização racional dos recursos coloca o problema da competência técnica no interior da escola, Parece não haver dúvida de que ,para um razoável desempenho do pessoal ,em especial do corpo docente ,faz-se necessário a posse de um conjunto de conhecimento ,técnicas e habilidades em níveis e padrão que possibilitem o oferecimento de um ensino de boa qualidade a um número maior de alunos. Com igual razão, as pessoas envolvidas na administração da escola deverão exibir uma competência técnica que deve dizer respeito tanto ao conhecimento da coisa administrada, ou seja, aos aspectos mais propriamente pedagógicos, quanto aos processos, métodos e técnicas relacionadas à atividade administrativa. (PARO, p159 e 163).
É com essa perspectiva que a gestão democrática da educação formal está associada a mecanismos legais e institucionais e na organização de ações que desencadeiam a participação social: na formulação de políticas educacionais; no planejamento; nas tomadas de decisões; e na avaliação da escola permitindo o acesso a uma democracia que garanta a universalização do ensino.
A democracia na gestão é hoje uma necessidade nas instituições de ensino, pois ela pode proporcionar uma eficácia na qualidade da educação, sobretudo se faz necessário o comprometimento do trabalho coletivo para o êxito dessa administração no âmbito escolar, por tanto, a conjunção entre instrumentos formais – eleição de direção, conselho escolar, como também a descentralização do poder e a participação que conferem a cada escola, a suas articulações nas suas políticas educacionais.

MUDANÇAS NA GESTÃO ESCOLAR publicado 15/05/2011 por Jacqueline Andrade

terça-feira, 26 de abril de 2011

Indisciplina escolar e mudança de paradigma

                                             
          A disciplina e indisciplina são paradigmas que contornam o ambiente escolar constantemente.       
         A disciplina é um hábito interno e externo a ser alcançado por cada indivíduo e que facilita o cumprimento de seus deveres, é um autodomínio, é a capacidade de utilizar a liberdade pessoal, isto é, a possibilidade de atuar livremente superando os condicionamentos que se apresentam na vida cotidiana.  Há 30 anos atrás este problema praticamente não existia. As escolas do passado seguiam um sistema tradicional, exigindo dos alunos um comportamento quase militar. Quando ocorriam atitudes de indisciplina, os castigos, muitos deles físicos, eram aplicados.
      Porém, muita coisa mudou nestes 30 anos e hoje a escola não adota mais uma postura repressiva e violenta. Estamos numa época de valorização da democracia, cidadania e respeito. Cabe a escola levar estes princípios à sério dentro do seu projeto pedagógico. Então, como acabar ou diminuir a indisciplina em sala de aula, objetivando melhorar as condições de aprendizado dos alunos?
   Primeiramente, o professor deve identificar os motivos da indisciplina. Observar os alunos e estabelecer um diálogo pode ajudar muito neste sentido. Muitas vezes, a indisciplina ocorre porque os alunos não entendem o conteúdo ou acham as aulas cansativas. Nestes casos, o professor pode modificar suas aulas, adotando atividades estimulantes e interativas. Esta atitude costuma gerar bons resultados.
  Em outras situações, a indisciplina ocorre a partir de uma situação de conflito e enfrentamento entre alunos e professor. Neste caso, o professor deve buscar conversar e ouvir os alunos. Cabe ao professor desfazer o clima de conflito e solucionar a situação.
  Uma outra boa sugestão é criar algumas regras comuns para o funcionamento das aulas.  O professor pode fazer isso com a ajuda dos próprios alunos. Dentro destas regras podem constar: levantar a mão e aguardar a sua vez antes de perguntar ou falar, fazer silêncio em momentos de explicação, falar num tom de voz adequado, etc.
  Com estas e outras atitudes, o professor vai ganhar o respeito de seus alunos. Este respeito é uma porta aberta para, através do diálogo com os estudantes, buscar soluções adequadas para melhorar as condições de aula na
escola.

domingo, 3 de abril de 2011

A educação especial frente às novas tecnologias

                   O Computador e o Portador de Necessidades Especiais

A informática e o computador podem se tornar grandes aliados do portador de necessidades especiais. Entretanto, precisam ser encarados de forma realista e não como a panacéia para uma problemática, até hoje ainda sem solução.
Uma das vantagens da utilização do computador com uma clientela possuidora de especificidade tão distintas - a instauração de uma situação de aprendizagem na qual não há riscos de bloqueios cognitivos em função de problemas emotivos ou de faltas na capacidade de relacionamento. Segundo Lolline (1991), como subsídio didático, o computador é um animal dócil e paciente. Diferentemente dos seres humanos, não se queixa, não grita e não castiga em caso de erro. O computador se apresenta como uma máquina que repete docilmente o trabalho, responde perguntas, cala-se ao mero comando de uma tecla e obviamente não provoca constrangimentos afetivos durante as situações de aprendizagem propostas.
Além de todos os aspectos já mencionados, o portador de necessidades especiais poder encontrar no computador um maior leque de opções do que as oferecidas pela escola. Pesquisas futuras poderão ratificar a hipótese que dentre os motivos que causam comportamentos alterados podem desaparecer quando o aluno trabalha com uma máquina que não perde a paciência, não julga e não o apressa. Esta máquina não tem como suspirar denotando impaciência, e acima de tudo, este aluno, já tão estigmatizado poder trabalhar e produzir sem o medo da nota ou da comparação, que de maneira geral, acontecem em situações de aprendizagem.

Deficiência Auditiva e Computador

Vários especialistas em problemas cognitivos e lingüísticos de deficientes auditivos têm enfocado as relações entre algumas dificuldades cognitivas dos surdos e questões relativas ao desenvolvimento de suas características simbólico-verbais. Fernandes (1990), reportando-se a Myklebust (1964), afirma que as operações mentais mais afetadas pela surdez " são as que requerem facilidade simbólico verbal". Apesar da possibilidade do desenvolvimento de uma linguagem própria, o domínio desta linguagem não seria suficiente para que as crianças surdas pudessem suprir as várias necessidades relativas a ausências de um código simbólico-verbal específico como o usado por qualquer falante normal.
A interação do computador com o surdo poder representar um passo a frente no que diz respeito à educação, porém é preciso que se reconheça a necessidade da interdisciplinaridade para que se possa, de fato, criar e implementar programas que facilitem o aprendizado desta clientela que detém uma gama incrível de especificidades.
No Rio de Janeiro, há experiências no INES (Instituto Nacional de Surdos) que inserem no trabalho pedagógico a Linguagem LOGO. Além disso, pesquisas na área de informática e surdez vêm sendo desenvolvidas em várias Universidades brasileiras, tanto na área de produção de softwares educativos, quanto na área da engenharia Biomédica.
Um exemplo é a pesquisa de Doutorado de Silva desenvolvida na Unicamp, em parceria com a UERJ e UFRJ que pretende o desenvolvimento de um software educativo com o objetivo de facilitar o processo de alfabetização, tendo a língua de sinais como fio condutor.


Deficiência Visual e Computador

Assim como o deficiente auditivo, o deficiente visual já pode utilizar o computador como uma ferramenta a mais em sua vida acadêmica. O sistema operacional DOSVOX, desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade federal do Rio de Janeiro, sob a supervisão do analista José Antonio Borges, permite que pessoas cegas utilizem um microcomputador, através do uso de sintetizador de voz para desempenhar uma série de tarefas, adquirindo assim um alto nível de independência no estudo e trabalho.
Além do DOSVOX, os cegos também podem ter acesso a INTERNET através do DOSVOX/DISCAVOX que é um programa que permite o acesso à Internet através de uma linha telefônica e de um Fax Modem. Os textos vindos da Internet são sintetizados em fala na língua portuguesa, esta infraestrutura viabiliza ao cego a navegação pela rede, uma fonte quase inesgotável de cultura.

Deficiência Física e Paralisia cerebral e Computador

Segundo Henrriques (1990), a terminologia mais correta para definir este quadro seria Encefalopatia Crônica da Infância. Encefalopatia porque a lesão - de toda a massa encefálica que está contida no crânio; crônica porque persiste por toda a vida e da infância porque pode se apresentar desde o nascimento até - os três anos de idade.
Em função da desinformação sobre o que é a paralisia cerebral, o portador desta deficiência é, muitas vezes, tratado como portador de deficiência mental e/ou física. A paralisia cerebral atinge áreas do cérebro responsáveis pelo movimento e equilíbrio das pessoas, podendo ainda provocar alterações de fala, audição, fala, visão, percepção, comportamento, além de crises convulsivas e deficiência mental. Deste modo, os portadores de paralisia cerebral podem apresentar alterações neuro-musculares que se evidenciam por um quadro de espasticidade (rigidez) ou por um quadro de hipotonia (flacidez), com movimentos descoordenados, com dificuldade de pegar objetos, falta de equilíbrio e, às vezes, com outros distúrbios associados como cegueira, surdez, deficiência mental, etc.. Todo este quadro clínico - variável e diverso e deve-se a uma lesão do encéfalo, antes, durante e/ou após o parto, provocada por infecções como menigite, encefalite, distúrbios respiratórios graves, traumatismos, desnutrição, etc.
A informática parece ter caminhado bem mais rapidamente na área da medicina do que na área educacional, no que se refere à reabilitação e a facilitação da vida social do deficiente físico e do portador de paralisia cerebral. Entretanto, pode-se, também, inferir que esta clientela em muito se beneficia, no campo educacional, com a inserção do computador em sua vida escolar.
Crianças com dificuldade de pegar um lápis devido a paralisias podem utilizar o teclado, seja para escrever, desenhar ou colorir, e, com o computador, a produção e ilustração de textos torna-se mais estética. Além disso, para os portadores de problemas motores o desenho é quase sempre tarefa muito árdua. Ilustrar um texto com o ferramental disponível no computador para aqueles portadores desta dificuldade torna-se um feito artístico e estético.
Para o portador de paralisia cerebral a experiência educativa com o computador significa a oportunidade de desenvolver atividades desafiantes tanto no campo educacional quanto no de diagnóstico. Além disso, a grande maioria das experiências demonstram que o trabalho pedagógico apoiado pela informática propicia uma compreensão mais profunda da capacidade intelectual da criança por sobrepujar a deficiência ao ser capaz de uma produção mais estética.
No Brasil, várias universidades públicas (UFRJ/UERJ/UNICAMP/UFRGS) desenvolvem pesquisa nesta área. Também, algumas secretarias de educação já possuem programas de informática aplicada à educação específicos para esta clientela, entre elas, podemos citar a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro.

Autismo

É necessário frisar que estas crianças possuem um perfil bastante idiossincrásico, o que em muito dificulta o processo pedagógico. Embora haja uma grande dificuldade em se obter diagnósticos precisos, vale ressaltar que estas crianças costumam apresentar algumas e até muitas das seguintes características:
(a) não se misturam com outras crianças;
(b) agem como se fossem surdas;
(c) resistem ao aprendizado;
(d) não demostram medo de perigos reais;
(e) resistem a mudanças de rotina;
(f) usam pessoas como ferramentas;
(g) têm risos e movimentos não apropriados; 
(h) têm acentuada hiperatividade física;
(i) não mantém contato visual;
(j) têm apego não apropriado a objetos;
(k) giram objetos de maneira bizarra e peculiar;
(l) as vezes são agressivos e destrutivos; e
(m) apresentam modo e comportamento indiferente e arredio.
A idiossincrasia comportamental dos portadores desta Síndrome têm, sistematicamente, os afastado dos bancos escolares. A impossibilidade de relação com o meio-ambiente torna o autista um cidadão alijado do processo educacional.
A fortaleza intransponível refletida pelo mundo autista poder encontrar no computador um aliado. Algumas experiências apontam para a possibilidade de integração entre estas crianças e a máquina.
O computador abre, assim, uma porta de entrada para este mundo tão desconhecido. Serão necessários, ainda, muitos anos de tentativas para que se obtenham respostas.
Por todos estes motivos não há como se alijar o computador do processo ensino-aprendizagem. Ao analisarmos o progresso da Informática, podemos concluir o quanto esta é uma ciência abrangente e dinâmica, uma vez que, além de combinar aplicações de todas as áreas do conhecimento, seus usos são praticamente ilimitados.
Para finalizar, é fundamental que se ressalte que cada indivíduo portador de necessidades educativas especiais é um universo ainda muito desconhecido para aqueles que organizam e implementam programas educacionais; se faz necessário uma abordagem multidisciplinar/interdisciplinar e muita humildade para admitir que ou muito pouco se conhece no campo das necessidades educativas especiais.
Os resultados destas experiências apontam tanto para a possibilidade de inclusão do portador de necessidades educativas especiais em turmas regulares, quanto para a inesgotável possibilidade de uso da informática no cotidiano escolar. Entretanto, vale ressaltar que tanto a inclusão do portador de necessidades educativas especiais quanto a inserção de novas tecnologias no cotidiano escolar vão depender da instrumentalização do professor para resgatar a intencionalidade de sua prática, a dimensão social da mesma e fundamentalmente uma tomada de consciência de seu próprio fazer pedagógico.
Vale a pena reiterar que a mera inserção de novas tecnologias no cotidiano escolar não garantirá a melhoria da qualidade de ensino, assim como a mera " inserção" do portador de necessidades educativas especiais em escolas regulares não garantirá uma presente e certamente futura exclusão social desta clientela.

Inclusão x Inserção

A Lei de Diretrizes e Bases de 1996 aponta para a inclusão em escolares regulares do portador de necessidades educativas especiais, mas, também, assegura o atendimento educacional em classes, escolas ou serviços especializados sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. (LDB,1996).
A inclusão de crianças portadoras de necessidades especiais no sistema regular de ensino é possível desde que sejam considerados, entre outros, alguns dos seguintes aspectos: (a) grau de comprometimento das crianças especiais a serem inseridas em turmas regulares; (b) atendimento multidisciplinar; (c) preparação dos profissionais de ensino; (d) condições físicas das escolas; (e) número de crianças por turma; (f) recursos materiais; (g) visão interdisciplinar do currículo.
Segregar crianças severamente comprometidas para um atendimento mais individualizado na primeira infância pode se tornar um fator de integração social futura; além disso, há crianças que dificilmente serão incluídas no processo educacional regular em função de sua atipicidade comportamental o que demandará da educação especial a busca de alternativas educacionais específicas para esta ou aquela forma de atendimento.
A inclusão/integração não é, portanto, uma panacéia a ser aplicada indistintamente em toda e qualquer criança. A escola precisa saber o seu potencial de atuação para que não se comporte de forma demagógica com relação a estas crianças.
A mera inserção de crianças portadoras de necessidades educativas especiais em turmas/ escolas regulares não garante a inclusão, de fato, destas crianças no processo educacional. É necessário que não se paralise frente as diferenças, mas também torna-se fundamental que se redesenhe o papel da escola. Para tanto, o respeito às diferenças e às diferentes falas devem estar presentes no cotidiano escolar. Inserir todos estes aspectos na prática pedagógica demandará do educador uma postura crítica frente a inclusão destas crianças, assim como exigirá do educador a intencionalidade de sua prática. Incluir significa muito mais do que inserir. Não podemos mais ser reféns de posturas ideológicas que em muito pouco contribuem para a qualidade da educação. Incluir - sim - sempre que for possível, incluir, sim, sempre que esta inclusão signifique melhoria da qualidade de vida do indivíduo e, desta forma, contribua para a sua real inclusão social, garantindo-lhe sua cidadania plena.
* Referências Bibliográficas

Bastos, Rangel, César, A., Soares Ramalho,E.&Gonçalves Magalhães,K. Informática integrada a uma proposta curricular.Trabalho apresentado no Encontro Brasil-França. Informática na Educação, R.J.,1993.

Congresso Nacional. Lei de Diretrizes e Bases,1996.
 

Ambiente Virtual de Aprendizagem

As primeiras tentativas de se introduzirem novas tecnologias na educação se deram pelo paradigma tradicional, professor para aluno.
O computador é uma ferramenta que, uma vez aplicada à educação, apresenta vantagens por não causar bloqueio cognitivo resultante de traumas emocionais, afinal ele não grita, não pune, não faz julgamento sobre o comportamento do usuário, repete os procedimentos quantas vezes for necessário, não humilha, é rápido e mais barato, permite uma de aprendizagem por ensaio e erro (aprende errando, falhando) através de um relacionamento interativo, estimula o desenvolvimento cerebral, pois exige dos usuários uma ação ativa, por meio da qual se estabelece um diálogo com a máquina. O computador trata o erro como um alerta, além de permitir uma correção imediata e tecnicamente limpa. Dada a sua velocidade de processamento, aproxima o pensar do agir, adapta-se aos diferentes ritmos de aprendizagem, permite que um mesmo problema seja resolvido de diversas formas, além de fornecer resultados imediatos e passíveis de alterações.
Com uma abundância de novos espaços eletrônicos de interação e a explosão da educação a distância, há a tendência de que esses espaços eletrônicos sejam cada vez mais utilizados para facilitar a aprendizagem, tanto como suporte para distribuição de materiais didáticos quanto como complementos aos espaços presenciais de aprendizagem.
Resumindo Ambientes Virtuais de Aprendizagem são softwares que auxiliam na montagem de cursos acessíveis pela Internet. Elaborado para ajudar os professores no gerenciamento de conteúdos para seus alunos e na administração do curso, permite acompanhar constantemente o progresso dos estudantes. Como ferramenta para EAD, são usados para complementar aulas presenciais.
 Acessibilidade
A acessibilidade é tornar as coisas acessíveis para qualquer pessoa com algum tipo de limitação temporária ou permanente. Imagine como seria a vida de pessoas com deficiência se não tivéssemos departamentos responsáveis pela acessibilidade na arquitetura e do urbanismo de nossa cidade, pois em locais onde há escada também deve haver rampa de acesso, o posicionamento de postes, árvores e telefones públicos, deve ser bem pensado para que não causem danos a pessoas com deficiência visual.  Quando tratamos de Internet devemos levar em conta que o nosso site será acessado por diversos grupos com algum tipo de deficiência, e não estamos falando só deficiência humana, também devemos pensar em pessoas que acessam o nosso site em computadores antigos, conexões lentas ou com dispositivos móveis, tais como: celulares e PDAs.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Educação Especial: Inclusão, Integração e respeito.

Vivemos um momento fundamental, talvez, o mais importante que a Educação Especial vem passando desde o seu surgimento no Brasil e no mundo. Atualmente, há um forte entroncamento entre a Educação Especial contemporânea e a Educação regular. Este processo não surgiu ao acaso, mas é decorrência de uma série de transformações havidas na forma de atendimento das pessoas com deficiência e das crianças comuns.
Vale ressaltar que, na década de 90, no Brasil, o discurso da inclusão escolar assume status privilegiado.Contudo, há diversas controvérsias no plano dos discursos e das práticas. Há autores e profissionais que, defendendo a inclusão escolar como parte de um movimento maior de inclusão social, atuam no meio educacional pela universalização do acesso e pela qualidade de ensino.
 As dificuldades para a mudança em relação ao paradigmas da Inclusão tem se apresentado, atualmente, tanto no campo da Educação regular quanto da Educação Especial, a pessoa que se apresenta direcionada pelo paradigma da Interação costuma, na prática, a não entender e nem aceitar aquele que seguem o paradigma da Inclusão. Os primeiros acreditam que é melhor a criança ficar realmente em ambiente segregado, do que ser colocada em um ambiente menos segregado.
Por outro lado, aquele que seguem, consegue entender melhor a dificuldade de mudança dos opositores do paradigma da inclusão. No entanto, como já vivenciaram as novas formas de inserção dos alunos na escola e na comunidade, sabem que estas trazem, em seu bojo, uma qualidade de vida melhor para todos.
Para que tudo isto se modifique, não basta apenas nós trabalharmos com conteúdos cognitivos no processo de formação dos educadores. Pois, se eles não quiserem mudar, se eles não tiverem o desejo de saber tentar, por mais conteúdos que nós possamos lhes dar, eles permanecerão na mesma posição.
Depende do desejo do professor, assim como do desejo do aluno fazer ou não esta mudança. O poder das politicas públicas encontra o seu limite maior no desejo dos sujeitos. Se eles não quiserem mudar as suas práticas estigmatizadoras, eles não mudarão.

domingo, 13 de março de 2011

As novas tendência


Qualquer prática ou estudo em educação precisa deixar claro, desde o início, as categorias que o orientam. Definir estas categorias remete o autor a classificações, a apegos a determinadas linhas de pensamento. São estas linhas as definidoras dos rumos a seguir, por isto representam racionalidades: a forma como se pensa a educação. Assim, partindo-se do pressuposto que toda a ação educativa implica necessariamente uma intencionalidade, porque é uma ação política, é preciso ter o entendimento destas racionalidades para, a partir daí, movimentar-se. Importante destacar que este processo só acontece no coletivo, referenda-se e consubstancia-se no grupo de professores, momento e espaço propício para a necessária reflexão e para a distinção entre as diferentes possibilidades orientadoras do fazer educativo.
Faz-se necessário, no entanto, ter claro que não existe linha pedagógica totalmente original. Dada a diversidade de pesquisas na área, a história da educação rica em possibilidades teóricas e em relato de práticas educativas múltiplas e sabendo-se que as práticas hoje são a síntese de muitas outras práticas dialeticamente constituídas, não há como se pensar que, em uma sociedade globalizada também do ponto de vista do conhecimento, haja originalidade absoluta. Original é a re-leitura feita desta história e a forma como se pode adequá-la a nossa realidade compondo, então, uma prática da comunidade escolar.
Entende-se por tendência toda e qualquer orientação de cunho filosófico e pedagógico que determina padrões e ações educativas, ainda que esteja desprovida de uma reflexão e de uma intencionalidade mais concreta. Uma tendência pedagógica é, na verdade, uma inclinação por pensamentos e comportamentos pedagógicos lidos na história da educação ou mesmo em outras práticas pedagógicas hodiernas. Muitas vezes, em uma escola, em uma comunidade, percebem-se práticas educativas cuja orientação embora existente não é fruto de uma reflexão mais apurada, consensada. Assim, vão-se reproduzindo e tornam-se explicações do processo educativo, enraizando-se na dinâmica escolar. Por seu caráter provisório, já que demandam uma maior reflexão, estas orientações são consideradas tendências. Se fruto de análise, de pesquisas, de estudo passam desta configuração ao status de uma teoria, de uma proposta educativa.
Os paradigmas, por sua vez, apresentam-se mais definidos enquanto orientadores de práticas educativas porque se apresentam como idéias e pressuposições muito bem delineadas, estudadas e teorizadas. Constituem-se em estruturas mais gerais e determinantes não só da forma de conceber a educação, mas da forma de agir educacionalmente. Acabam por condicionar e determinar todo o pensamento, as ações, as propostas de um determinado momento histórico. Mario Osorio Marques tem
apresentado em sua obra uma possibilidade de compreensão de paradigmas que explica a diferenciação que ora fazemos:

Os paradigmas básicos do saber, que se sucederam interpenetrados e que continuam em nossa cultura e em nossas cabeças, necessitam recompor-se em um quadro teórico mais vasto e coerente. Sem percebê-los dialeticamente atuantes, não poderemos reconstruir a educação de nossa responsabilidade solidária. (Marques, 1993, p. 104)

Este autor, no conjunto de sua obra mais recente, refere-se à idéia de paradigma considerando a obra de Habermas (especialmente as proposição deste autor de uma racionalidade capaz de contrapor à racionalidade instrumental característica do Positivismo, uma racionalidade cuja essência é a linguagem) e ratifica a idéia que os paradigmas são um conjunto de concepções presentes em uma determinada época, configurando o modo de pensar dos seres humanos e a forma como estes conhecem o mundo, em permanente construção histórica.
Paradigmas são, portanto, um conjunto de conceitos interrelacionados de tal forma a ponto de proporcionar referenciais que permitem observar, compreender determinado problema em suas características básicas: o quê, como, o que se pretende observar e orientar possíveis soluções. É um conjunto conceitual que garante a coerência interna de qualquer proposta na área da educação e articulação entre o que se faz e o que se pensa, permitindo ao professor agir intencionalmente. Ao educador cabe fazer distinção entre paradigmas para que se perceba as alternâncias no pensamento educacional ao longo da história e, da mesma forma, se perceba quais idéias são relevantes, quais são desconsideradas e em que época o são e por quê. É sob esta perspectiva, o movimento em educação: de posse do conhecimento de determinados paradigmas, que se busca encaminhar os processos educativos, mas , para tanto, faz-se necessário reflexão, entender quais paradigmas são os orientadores e por que o são. Desta forma, uma análise da vida escolar ao nosso redor, sob o ponto de vista das orientações que determinam a prática educativa nos remete a identificarmos tendências ou paradigmas consciente ou inconscientemente determinantes na linguagem, nas ações, nos instituídos garantindo esta ou aquela configuração escolar. Entender esta configuração é deslindar estes pressupostos, compreendendo-os em seu momento e nas determinações históricas que os configuraram.
Para tanto, é necessário que o professor defina suas ferramentas teóricas, estabeleça pontos de referências com os quais poderá exercer sua dimensão hermenêutica: atribuir sentidos, produzir interpretações do que vive nas ações pedagógicas desenvolvidas, inserindo-as em uma vertente teórica e tendo condições de propor a continuidade de uma reflexão-ação sobre seu projeto educativo. Vale dizer: ao educador cabe analisar informações e teorias, construir um todo de conhecimentos sólidos para fundamentar suas práticas pedagógicas. Na verdade, ao educar, o educador já está produzindo uma prática geradora de uma teoria pedagógica, posto que esta constitui aquela, de forma a não se saber onde começa uma e onde acaba a outra. Pensando assim que se propõe, a seguir, uma leitura de algumas tendências e paradigmas orientadores das práticas educativas, tais como são lidas na realidade.

FERREIRA, Liliana S. Educação & História. Ijuí, Editora Unijui, 2001.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

segunda-feira, 7 de março de 2011

Artigo: Redes Sociais como Ferramenta de Ensino

 

                      ARTIGO: REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA DE ENSINO
*Humberto Zanetti
No ano de 2006 um consultor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Seely Brown, comentou em entrevista sobre a falta de investimento das escolas e universidades de todo o mundo na elaboração de projetos educacionais que utilizem recursos de web 2.0.

Brown enfatiza que tais projetos poderiam introduzir nos alunos a cultura de divulgar e debater ideias, como no uso de redes sociais, wikis, blogs, entre outros.

Esse princípio é sempre enfatizado por pesquisadores na área da Educação: dar a possibilidade de o aluno se tornar mais do que um ser passivo na etapa de aprendizagem. O aluno pode se tornar um agente pensante que veja nessas ferramentas a oportunidade ideal, estimulado pela possibilidade de formar e trocar conhecimentos. Ou mais, participar do ambiente como co-autor.

O princípio de co-autoria é defendido, já há alguns anos, por grandes nomes na área de Educação, como Paulo Freire, que defende o espaço de aprendizagem como um ambiente de interação, onde os papéis de emissor e receptor não são evidentes, sem fronteiras tão marcantes, trazendo o aluno como um elemento colaborador para construção do conhecimento.

Podemos entender essa interação como uma relação entre professor e aluno na formação do ambiente educacional, no diálogo proposto e na criação do material a ser discutido.

Com o uso de um ambiente colaborativo, como redes sociais, o professor por sua vez terá a oportunidade de verificar aspectos muitas vezes difíceis de serem identificados em uma sala de aula, como a capacidade de elaborar textos, pesquisar sobre um assunto, dar uma opinião e debater a de outros.

Essa rede de comunicação também pode agregar valores à instituição de ensino. Um wiki bem desenvolvido, por exemplo, pode ser usado como ferramenta de pesquisa para alunos futuros, formando uma enciclopédia particular. Uma rede social bem focada e administrada poderia prover um elo entre o aluno e a escola quando o mesmo não estiver nela.

A princípio essa metodologia deve ser inserida gradativamente, com uma mescla de atividades em sala e em ambiente virtual. Seria válido o professor trabalhar em aula o conceito, as ferramentas e os objetivos e trazer aos poucos, posteriormente, em cada aula, o estímulo ao uso da tecnologia. Após esta etapa, o professor pode explorar o uso da comunidade virtual como uma extensão do trabalho em sala, deixando o espaço livre para colaboração.

Claro que há barreiras nesse processo: primeiro, nós educadores, que devemos nos atualizar e usar essas ferramentas, atividade que necessita de tempo e trabalho extras, para adequar-se a essa nova metodologia e agregar melhorias ao processo educativo. O outro problema seria levar nossos alunos a esse ambiente, com o qual a maioria já está familiarizada em termos de dinâmica e tecnologia, mas não entende como tirar proveito a favor do ensino e aprendizagem, como atuar de maneira correta como colaborador.

Cabe a nós professores, a tarefa de abrir os olhos deles para essa nova oportunidade. Atualmente temos ferramentas gratuitas para esse fim, a nossa única preocupação seria mudar o processo de aprendizagem para que não seja mais somente transmitir o conhecimento, mas sim ensinar nossos alunos como usá-lo, como modificá-lo e até mesmo (por que não?) discordar dele.

*Humberto Zanetti é professor pela Anhanguera Educacional S.A., freelancer e pesquisador em arquitetura da informação, user interface e design de interação.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Tecnologia e os presuposto da educação a distancia – EAD

O aluno é o centro do processo educativo. Possibilita a ampliação da oferta de cursos e ações de democratização, socialização, endereçabilidade e acessibilidade. Desmitifica o senso comum, promove o compromisso com o aluno. Promove a aceitação do desafio tecnológico e de aprendizagem, com a formatação de ambientes de aprendizagem diferenciados
                                   
                                          Acessibilidade

A acessibilidade é tornar as coisas acessíveis para qualquer pessoa com algum tipo de limitação temporária ou permanente. Imagine como seria a vida de pessoas com deficiência se não tivéssemos departamentos responsáveis pela acessibilidade na arquitetura e do urbanismo de nossa cidade, pois em locais onde há escada também deve haver rampa de acesso, o posicionamento de postes, árvores e telefones públicos, deve ser bem pensado para que não causem danos a pessoas com deficiência visual.  Quando tratamos de Internet devemos levar em conta que o nosso site será acessado por diversos grupos com algum tipo de deficiência, e não estamos falando só deficiência humana, também devemos pensar em pessoas que acessam o nosso site em computadores antigos, conexões lentas ou com dispositivos móveis, tais como: celulares e PDAs.

                                  Educação à distância (EaD)

 Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente. É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes

Desenvolvimento Cognitivo por computadores, a tecnologia é uma aliada no desenvolvimento cognitivo, desse modo, podemos relacionar a aprendizagem, o desenvolvimento e o ensino. A Psicologia Cognitiva da suporte ao uso do computador na educação.

Possui como pressupostos:

a) construção socioindividual do processo de aprendizagem.
b) formação e qualificação permanente.
c) ênfase no aluno como sujeito real desse processo.

O uso da tecnologia faz com que os espaços de saber não estejam mais centrados na sala de aula presencial. Ensinar e aprender exigem muito mais flexibilidade, espaço temporal, pessoal e de grupo, menos conteúdos fixos e processos mais abertos de pesquisa e de comunicação.

Segundo Bordenave (1987), “a idéia de que a educação só é possível quando o professor e o aluno acham-se fisicamente no mesmo lugar vem do tempo em que a palavra, o gesto e o desenho eram os únicos meios de comunicação disponíveis”.

A tecnologia, neste contexto, segundo Mata (1995), deve ser entendida “como processo lógico de planejamento, de elaboração de currículos, métodos, procedimentos e meios que conduzam a aprendizagem”.

Andrade (1193) considera como novas tecnologias “todas as técnicas de modo original na solução de problemas, sejam elas invenções ou comportamentos, recentes ou não”.

Concepções de aprendizagem:

a) Aprendizagem Tradicional: O conhecimento é um objeto. É algo que pode ser transmitido do professor para o aluno.

b) Aprendizagem Construtivista: É uma construção humana de significados que procura fazer sentido do seu mundo.

c) Aprendizagem Autônoma: O processo de ensino é centrado no aluno. As experiências são aproveitadas como recurso. O professor deve assumir-se como mais um recurso ao aluno. O aluno é considerado como ser autônomo, gestor do seu processo de aprendizagem.


Globalização:

Segundo Giddens (1987) não é apenas um fenômeno econômico. É um sistema de transformação do espaço e do tempo. A interconexão global intensificada gera mudanças das relações tempo/espaço que têm conseqüências nos modos de operar a sociedade.


Educação, Formação e capacitação continuada:

Segundo Nóvoa, “os programas educacionais fornecem a ocasião de aprender saberes e técnicas, de partilhar experiências e preocupações, mas a formação não é o resultado previsível de uma ação educativa. A formação é infinitamente mais global e complexa: constrói-se ao longo de toda uma trajetória de vida e passa-se por fases e etapas que é ilusório pretender ‘queimar’.”


Bases teóricas da capacitação das pessoas:

 A educação das pessoas deve passar por:

a) antropologia.
b) filosofia.
c) política.
d) economia e administração.
e) A influencia das TIC.
f) Psicologia e Desenvolvimento Humano.



Paradigmas histórico -Sociais:

Moraes (1997) apresenta um paralelo de várias correntes de pensamento no contexto histórico-social a partir dos séculos XVII, XVIII e XIX:

a) Paradigma Tradicional: Revolução Cientifica, Iluminismo, Revolução Industrial.
b) Paradigma Industrial: Luta competitiva pela própria existência. Fez com que a educação supervalorizasse algumas disciplinas, trazendo a idéia de que os fenômenos complexos necessitam ser divididos em partes para serem compreendidos.
c) Movimento da Escola Nova: No século XX, a escola percebe a importância do aluno no processo, devendo o ensino dar-se pela ação e não pela instrução.

Com a ruptura do paradigma visa-se “construir um modelo educacional capaz de gerar novos ambientes de aprendizagens em que o ser humano fosse compreendido em sua multidimensionalidade, como um ser indiviso em sua totalidade, com seus diferentes estilo de aprendizagem e suas distintas formas de resolver problemas”. (Moraes, 1997,p. 17)


Soluções de problemas:

É um dos recursos mais acessíveis para levar os alunos a aprender a aprender. Supõe dotar os alunos da capacidade de aprender a aprender, de questionar e ir buscar respostas, de construir autonomia. Cria o habito e a atitude de enfrentar a aprendizagem como um problema para o qual deve ser encontrada uma resposta, bem como ensina a propor problemas para si mesmo e a resolvê-los. Prepara mais adequadamente para desenvolver habilidades e estratégias eficientes para buscar respostas para os problemas do cotidiano do processo produtivo-rotineiros ou inusitados.

Gestão democrática da educação:
Instalação dos Conselhos de Escola num processo de construção ascendente: Lei 3.776/92.

A Constituição da Republica em seu artigo 206 afirma: “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: VI – a gestão democrática do ensino público, na forma da Lei”.

A LDB/96 em seu artigo 3° dispõe que: “o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: VIII – a gestão democrático do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino”. Já o artigo 14 afirma que os sistemas de ensino definirão as normas de GD, com: “participação dos profissionais da educação na elaboração da proposta pedagógica (inciso I), participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes”. Por fim, o Artigo 15 determina que “os sistemas de ensino assegurarão às escolas progressivos graus de autonomia pedagógica, administrativa e de gestão financeira”.

Dilema entre a democracia real e a democracia formal:

Segundo Chauí (1997, p. 141), “se a tradição do pensamento democrático, democracia significa: a) igualdade, b) soberania popular, c) preenchimento de exigências constitucionais, d) reconhecimento do direito da maioria, e) liberdade, torna-se obvia a fragilidade democrática no capitalismo”.

A gestão democrática dá importância a uma descoberta ser original. Assim, a gestão democrática seria um novo modo de administrar a realidade em si mesmo, democrática, que se traduz pela comunicação, pelo envolvimento coletivo e pelo diálogo.

A gestão democrática preocupa-se com a realidade escolar. Até os anos 80 o empresariado exigia do Estado apenas trabalhadores alfabetizados. Hoje exige-se com novos conteúdos e métodos de ensino: conhecimento, valores e habilidade que vão alem da memorização e dos conhecimentos tradicionalmente transmitidos pela escola ou do simples adestramento para a profissão.

Como construir a gestão democrática entre sujeitos e as instâncias de participação?


 

Gestão democrática de qualidade social:



Que educação queremos?  Uma mercadoria ou um direito? Uma educação que promova mudanças, transformações ou que procure a manutenção do existente? Uma educação que promova a emancipação ou a subordinação?



Educação escolar e  inteligencia mútiplas

Definição dada por Howard Gardner.



EDUCAÇÃO ESCOLAR: È uma dimensão fundante da cidadania e tal principio é indispensável para participação de todos nos espaços sociais e políticos e para (re)inserção qualificada no mundo profissional do trabalho.

INTELIGÊNCIA ESPACIAL: Capacidade de perceber o mundo visual e espacial de forma precisa, de manipular formas ou objetos mentalmente e, a partir das percepções, criar e compor uma representação visual ou espacial.

INTELIGÊNCIA LOGICO-MATEMÁTICA: Determina a habilidade para raciocínio dedutivo, em sistemas matemáticos, em noções de quantidade, alem da capacidade para solucionar problemas envolvendo números e demais elementos matemáticos.

INTELIGÊNCIA CINESTÉSICA OU CORPORAL-CINESTÉSICA: Refere a habilidade para resolver problemas ou criar produtos através do uso de parte ou de todo o corpo.

INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL: Habilidade para entender e responder adequadamente a temperamentos, motivações e desejos de outras pessoas.

INTELIGÊNCIA LINGUISTICA: Habilidade para lidar criativamente com as palavras nos diferentes níveis de linguagem (semântica, sintaxe).

INTELIGÊNCIA MUSICAL: Habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma discriminação de sons, habilidade para perceber sensibilidade para ritmos, timbre, e habilidade para reproduzir musica.

INTELIGÊNCIA INTRAPESSOAL: Competência de uma pessoa para conhecer-se e estar bem consigo mesma, administrando seus sentimentos e emoções a favor de seus projetos^

INTELIGÊNCIA NATURALISTA: Habilidade humana de reconhecer objetos da natureza, de distinguir plantas, animais, rochas. Indispensável para a sobrevivência do ambiente natural.


Leonardo Boff, em 2003, afirmou que “há um novo paradigma de cidadania. A escola está tendo uma nova dimensão a partir da crise mundial e da globalização. É preciso que se cuide da formação da pessoa, tornando-a capaz de ser varias coisas, e não apenas que se formem profissionais”.



Educação de adutos: responsabilidade social e  prendizagem transformativa

É necessária uma aprendizagem tranformativa, onde a educação de adultos tenha como pressupostos:

a) o auto-direcionamento na aprendizagem;
b) a aprendizagem experiência;
c) a aprendizagem contextual.

A educação e formação de adultos entendida numa perspectiva de responsabilidade social parte do pressuposto de que, por meio da participação, os adultos desenvolvem ou adotam atitudes e valores e fazem julgamentos morais relacionados com os seus papeis enquanto cidadãos. Implica aprender sobre direitos e deveres dos cidadãos e também sobre como cada um pode, através do dialogo, da reflexão e da deliberação, participar na construção da sociedade.

Assim, pelo fato de existir uma potencial capacidade do individuo moldar a percepção da realidade ao seu referencial enquanto pessoal, esta perspectiva destaca a competência do indivíduo, na construção de significados, senso este um paradigma que acentua a capacidade de autonomia do sujeito.